Autoria: Alan Sergio Maia Ornelas
Pés descalços, calejados
No pisar em barro e lama,
No esgoto aberto em rama
Dos becos fétidos, marejados.
Cansou de tanta pobreza,
De casa e vida vazia,
Enquanto o desejo surgia
Inutilizando a pureza.
Por dinheiro entregou-se à orgia
Sem o corpo, sequer, ter consistência.
Rompeu a flor, do amor, da inocência
No membro amigo que a invadia.
Corrompida ficou escarranchada,
Mostrando toda a sua intimidade,
Aérea, chorosa em tal realidade,
A de ter a honra então manchada..
Sua grinalda negra pubiana
Chorava o sangue vivo da violência
Por entre coxas rijas na demência,
Pelo mau desejo que engana!
E o sonho de antes, tão sublime,
Ficou igual ao feto, abortado,
Fazendo o social mais detestado
Com pobreza mãe de todo crime!
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