A crase. S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door). 2. Restr. A contração de dois aa. V. contração (4). 3. Designação vulgar do acento indicativo de certos casos de crase: Em vou à praia, o a deve ter crase. (...)Novo dicionário básico da língua portuguesa - Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
..........De forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um pronome demonstrativo (a, aquele, aquela). Simples, não? Talvez nem tanto... Esta página se propõe a mostrar como as aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos vícios que adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o sinal que evidencia a existência da crase (notem que até o Aurélio erra...). Mas um erro que está se tornando epidemia é o uso de acento grave em situações que não o justificam. Abaixo são listadas algumas frases encontradas no cotidiano em que usou-se o acento grave. Você saberia dizer quantas frases estão corretas?
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.Fácil? Então, quantas das frases acima estão corretas?
......Entregamos à domicílio. É fácil ver que Domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar um outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a Domicílio, e sim no domicílio.
.............Vendas à prazo. É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria vendas ao prazo.
..................à escolher. Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa.
..............à perder de vista. Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.
.................Trajes à rigor. Rigor é um substantivo masculino e, portanto, não pode ter uma artigo feminino.
......................à vista. Este é de longe o erro mais comum e mais cometido no uso do acento grave. Soa bastante natural o acento em vendas à vista. Porém é simples perceber que seu uso é incorreto. Basta fazer a substituição da palavra vista por um substantivo masculino, que no caso o mais prático é a palavra prazo, por ter um uso bastante similar. Como não dizemos vendas ao prazo, também não diremos vendas à vista, certo? Há porém que se notar um caso em que utiliza-se o acento grave: quando vista é usado no sentido de ver, enxergar, como em terra à vista. .
............de segunda à sexta. Podemos nesse caso notar que segunda está sem artigo (de -> da) e portando Sexta também deve estar sem artigo por uma questão de coerência. Podemos também fazer o teste substituindo por um substantivo masculino: ... de segunda a sábado.. Como não falamos ao sábado, não colocamos crase em a sexta. Fácil, não?
..................à 10 minutos. Numerais, em geral, não levam artigos definidos. Podemos, ao invés disso, apor um artigo indefinido: a uns 10 minutos, que nos provará que 10 minutos é masculino. Por outro lado, o acento grave poderia estar ligado a um substantivo feminino oculto (distância, por exemplo). Porém minuto não é medida de distância, e sim de tempo, portanto não faz sentido falar-se em à distância de 10 minutos.
....................à mão. Temos aqui um substantivo feminino e, portanto, vamos tentar substituí-lo por um masculino. Podemos traçar uma equivalência de feito a mão com ir a pé. Como não falamos ir ao pé, não diremos feito à mão.
...............até às 18:00. Aqui já temos uma preposição (até), cuja função é limitar a continuidade da ação. Portanto não cabe aqui o uso de mais uma preposição (a) e com isso não haverá formação da crase.
................à partir de. Partir é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. OLIVEIRA, Edson Roberto de. A crase. (http://www.aresnet.com/crase )
- Grave - acento1) "Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu à ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta." Onde está o erro? Resposta: o erro está em "à ela" com acento grave. Antes de pronome, a letra "a" é apenas preposição, nela não há artigo. Apenas substantivos admitem artigo. Se o pronome estivesse no masculino "a ele", não aconteceria "ao ele", portanto em "a ela" não há dois ás.2) A previsão é de arrecadação igual ou superior a deste ano." (Frase de jornal.) Resposta: faltou acento grave em "a deste ano", pois o substantivo feminino "arrecadação" foi omitido: (A previsão é de arrecadação igual ou superior à arrecadação deste ano.) Substituamos "arrecadação" por "lucro": A previsão é de lucro igual ou superior ao (lucro) deste ano. Se ocorrer "ao" em palavra masculino, o acento grave é obrigatório no feminino "à".
- MAIS UMA SOBRE CRASE:
As regras sobre a crase são várias e devemos aprendê-las aos poucos. Uma delas é que não ocorre crase em locuções formadas por duas palavras repetidas, mesmo estando no feminino: face a face, cara a cara, frente a frente, terra a terra, porta a porta e outras locuções.
A HORA E A VEZ DA CRASE: A crase é um tema difícil mas algumas regras imutáveis ajudam-nos a não errar mais. Uma delas: antes de numeral que indica hora sempre se usa crase. Os exemplos são pontuais: vou chegar às duas da tarde, ou à uma da madrugada, ou às oito da noite, ou às 23 horas, ou à meia-noite, ou à zero hora, mesmo sendo zero uma palavra masculina.
A CRASE E A CRISE: A crase está sempre em crise. Às vezes não craseamos o a e deveríamos fazê-lo. Mas às vezes craseamos... e não deveríamos fazê-lo. Três exemplos de não-uso da crase: Creusa gosta de andar a cavalo; Creusa comprou um carro a prazo; Creusa ficou a pé. Nos três casos o a não é craseado. Porque antes de palavra masculina (carro, cavalo e pé) o a é apenas preposição, e o à é a contração, a união entre a preposição e o artigo feminino.
- Pé atrás"Clinton pede perdão a formiga.". A frase saiu nas Dicas da semana passada . Os leitores ficaram com o pé atrás. "Cadê a crase ?" , perguntaram . Não há crase. Dúvida? Recorra ao macete. Substitua a palavra feminina por uma masculina. Mosquito, por exemplo: Clinton pede perdão a mosquito. Na troca, aparece só a . É que formiga e mosquito estão usados de forma genérica. Não se trata de uma formiga determinada. Nem de um mosquito definido. Por isso, nada de artigo. Compare: Clinton pediu perdão à formiga da fábula. Aí, não é qualquer formiga. Mas a formiga conhecida. Daí a crase. Fazendo o troca-troca por um machinho, teremos ao : Clinton pediu perdão ao mosquito de Walt Disney. É isso. Se na substituição der ao, sinal de crase. Caso contrário, nada feito.
Extraído do site:
http://www.ufv.br/tutoria/portugues
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
DICAS PARA USAR A CRASE
Postado por ALAN ORNELAS às 11:41
Marcadores: crase acento grave contração fusão artigo erro substantivo
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Quem sou eu
- ALAN ORNELAS
- Ubaitaba, Bahia, Brazil
3 comentários:
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UM ABRAÇO FRATERNO!
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"à mão. Temos aqui um substantivo feminino e, portanto, vamos tentar substituí-lo por um masculino. Podemos traçar uma equivalência de feito a mão com ir a pé. Como não falamos ir ao pé, não diremos feito à mão."
Eu aprendi que o acento grave também é usado para modo. Ou seja, eu faço algo à mão quer dizer que usei um modo (mão) para fazer aquilo.
Se eu disser "fazer a mão", quer dizer que eu, ou construí uma mão (biônica, por exemplo) ou que eu fiz a mão no sentido de manicure.
Ou estou completamente errado?
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